quarta-feira, 15 de setembro de 2010

SEM AMOR, EU NADA SERIA


O amor é o fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer...

Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...

É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder...

É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor
É um ter com quem nos mata
A lealdade tão contrário a si
É o mesmo amor...

Estou acordado
E todos dormem, todos dormem
Todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade...

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...

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