segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O VINHO


"Gosto do tom vagaroso que o vinho impõe na conversa, do jeito malevolente que os passos tomam ao andar, do bafo quente e macio que passeia pela nuca, da disritmia causada pelas gotas sorvidas em descompasso. Gosto do tom rubro do vinho e do róseo das bochechas, do salivar de línguas. Viajo no torpor lúcido, como em câmera lenta. Gosto de sua companhia sempre calado, absorto, tinto, forte, amargo, viril. Não impõe limites, não delimita barreiras, não há montanha desbravada nem lagos gelados que me façam frio, nem som para a música que ouço - qualquer que seja o ritmo, me fará dançar e rodopiar sem sair do lugar. Acordo como num replay sem culpas, apenas com o gosto de prazer, mesmo que feito a um."

AUTOR DESCONHECIDO

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